Febre no pós-operatório: saiba identificar as causas

31/08/2024
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Você sabia que a febre no período pós-operatório pode ser considerada uma resposta comum do organismo, podendo variar de acordo com o tipo de procedimento realizado e a faixa etária do paciente? Entretanto, ela também pode ser um alerta importante de possíveis complicações que precisam ser investigadas. Assim, identificar com rapidez a causa da febre é crucial para determinar a conduta adequada e evitar possíveis problemas em relação à saúde do indivíduo.

Mas o que é a febre?

A febre é um aumento na temperatura corporal que ocorre quando o termostato do corpo (localizado no hipotálamo no cérebro) é reiniciado a uma temperatura mais elevada, principalmente em resposta a uma infecção. A temperatura corporal elevada – que não é causada por uma redefinição do ponto de regulação de temperatura – é chamada de hipertermia (que, em outras palavras, significa o aumento da temperatura central do corpo).

Qual é a temperatura considerada normal para o organismo humano?

A temperatura de 37 °C é considerada normal para o organismo humano. Contudo, a temperatura corporal varia durante o dia. Ela é mais baixa de manhã cedo e mais alta ao final da tarde, às vezes atingindo 37,7 °C.

Quais são os sintomas da febre?

Os sintomas são geralmente decorrentes da causa da febre, embora a própria febre possa causar calafrios, suores e desconforto, e fazer com que os pacientes tenham uma sensação de rubor e calor.

E o que é a febre intermitente e a remitente?

A febre não permanece em constante temperatura. Ela atinge um pico máximo todos os dias, voltando logo em seguida à normalidade. Este processo é chamado de febre intermitente. Alternadamente, a temperatura varia, mas não retorna ao normal. Este processo é chamado de febre remitente.

O que define a chamada febre pós-operatória?

A febre pós-operatória é geralmente definida como uma temperatura corporal acima de 38°C, que ocorre dentro dos primeiros dias após a cirurgia.

O que pode causar a febre no período pós-operatório?

Uma causa comum da febre pós-operatória é a resposta inflamatória ou hipermetabólica à cirurgia. Outras causas incluem pneumonia, infecções do trato urinário, infecções na ferida e Trombose Venosa Profunda (TVP). Também há possibilidade de ocorrer febre induzida por fármacos e infecções de dispositivos implantáveis e drenos.

De forma resumida, quais são as suas principais causas?

As causas comuns da febre durante os dias ou semanas após a cirurgia são:

– Infecção da ferida operatória;

– Água (que podem gerar infecções do trato urinário);

– Vento (que provoca atelectasia – redução volumétrica do pulmão decorrente de uma menor aeração de uma parte ou de todo o pulmão – ou pneumonia);

– Andar (que, após um procedimento, pode causar a TVP);

– Fármacos suspeitos (que causam a febre medicamentosa);

– Aparelhos (como dispositivos implantáveis e drenos);

– Sangue (problemas após a transfusão sanguínea).

Quer saber mais sobre a febre pós-operatória?

Conheça detalhes sobre cada uma das principais causas da febre pós-operatória e como tratá-las e/ou evitá-las:

Infecção do sítio cirúrgico (ou local da ferida)

  • Período: de 3 a 7 dias após o procedimento.
  • O que é: infecção no local onde a cirurgia foi realizada.
  • Causa: contaminação durante a cirurgia ou colonização bacteriana pós-operatória.
  • Sintomas: vermelhidão, dor, inchaço e secreção purulenta no local da incisão.
  • Prevenção e tratamento: higiene adequada do local cirúrgico, uso de antibióticos profiláticos, drenagem de abscessos e antibióticos específicos se necessário.

Infecções do Trato Urinário

  • Período: pós-operatório imediato ou tardio.
  • O que é: infecção bacteriana da bexiga ou rins.
  • Causa: uso de cateteres urinários durante ou após a cirurgia, especialmente em pacientes hospitalizados por longos períodos.
  • Sintomas: febre, dor lombar, ardência ao urinar, urina turva ou com mau cheiro.
  • Prevenção e tratamento: remoção precoce do cateter, higiene adequada, uso de antibióticos.

Atelectasia Pulmonar

  • Período: primeiras 24-48 horas.
  • O que é: colapso parcial dos alvéolos pulmonares.
  • Causa: a ventilação inadequada dos pulmões durante a anestesia ou a dor pós-operatória que limita a respiração profunda podem levar à atelectasia.
  • Sintomas: febre, desconforto torácico e respiração curta.
  • Prevenção e tratamento: incentivo à respiração profunda e exercícios respiratórios, além de fisioterapia respiratória.

Trombose Venosa Profunda

  • Período: pós-operatório tardio, de 5 a 10 dias após o procedimento.
  • O que é: formação de coágulos sanguíneos nas veias profundas, frequentemente nas pernas.
  • Causa: imobilidade prolongada, cirurgia ortopédica, histórico de trombose.
  • Sintomas: febre, dor e inchaço nas pernas, com calor local.
  • Prevenção e tratamento: mobilização precoce, uso de anticoagulantes e meias de compressão.

Embolia Pulmonar

  • Período: pós-operatório tardio.
  • O que é: bloqueio súbito de uma artéria pulmonar por um coágulo.
  • Causa: complicação de uma Trombose Venosa Profunda.
  • Sintomas: febre, falta de ar súbita, dor torácica, tosse com sangue.
  • Prevenção e tratamento: Idem à TVP, com tratamento de emergência e anticoagulantes.

Febre Medicamentosa

  • Período: a qualquer momento.
  • O que é: reação do organismo a certos medicamentos administrados no pós-operatório.
  • Causa: reações de hipersensibilidade ou efeitos colaterais de drogas, como antibióticos e heparina, entre outros.
  • Sintomas: febre persistente sem sinais claros de infecção.
  • Prevenção e tratamento: revisão dos medicamentos em uso e descontinuação do agente suspeito.

Infecções Sistêmicas

  • Período: a qualquer momento.
  • O que é: são infecções que se espalham pelo corpo, como sepse.
  • Causa: invasão bacteriana na corrente sanguínea e complicação de infecções locais.
  • Sintomas: febre alta, calafrios, confusão, hipotensão, taquicardia.
  • Prevenção e tratamento: identificação precoce da fonte de infecção, antibióticos de amplo espectro e suporte intensivo.

Reação transfusional

  • Período: imediato ou até dias após a transfusão.
  • O que é: reação imunológica ao sangue transfundido.
  • Causa: incompatibilidade ou resposta imune à transfusão.
  • Sintomas: febre, calafrios, dor lombar e urina escura.
  • Prevenção e tratamento: cuidados na tipagem sanguínea, monitoramento durante e após a transfusão, tratamento sintomático e suporte.

O que mais deve ser levado em consideração para identificar a causa da febre no pós-operatório?

Para identificar a causa da febre no pós-operatório, é importante:

  • Conhecer a história clínica completa do paciente, incluindo o tipo de cirurgia realizada, histórico de saúde, medicamentos em uso e sintomas associados.
  • Realizar um exame físico, com uma avaliação completa do indivíduo para que possa identificar sinais de infecção, trombose ou outras complicações.
  • Solicitar exames complementares, como sangue, urinálise, culturas de secreções, ultrassonografias, radiografias ou tomografias, dependendo da suspeita clínica.

Conclusão

O cuidado otimizado no pós-operatório pode diminuir o risco de TVP, infecção do trato urinário e infecção da ferida. Também é possível aderir a medidas preventivas adequadas, como a indicação de antibióticos profiláticos antes mesmo da cirurgia, para que o paciente tenha um pós-operatório seguro e sem sobressaltos. De qualquer forma, a equipe médica precisa ficar atenta e agir com celeridade caso surjam sinais de febre. Identificar suas causas é tão importante quanto cuidar

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