No mês dedicado à campanha internacional Setembro Amarelo de prevenção ao suicídio, a Inspirali convidou o Prof. Dr. Francisco Pascoal para realizar a palestra “Todos pela Vida” aos seus colaboradores, na última quarta, 11 de setembro. Dr. Pascoal falou sobre as possíveis causas, mitos e verdades que cercam o tema. O médico psiquiatra trouxe dados importantes a respeito do assunto. “O suicídio é um ato consciente, contudo a construção desse ato é inconsciente e pode ser construído na mente do indivíduo desde o nascimento, onde muitas vezes falta afeto e amor”.
O Professor alertou para uma questão alarmante: uma pessoa se suicida no mundo a cada 40 segundos, dados da Organização Mundial de Saúde. De cada 100 pessoas, 17 têm pensamento suicida, 5 têm um plano, 3 chegam a tentar e 1 chega ao pronto socorro. Geralmente, o homem é mais eficaz na tentativa de tirar a própria vida, assim como os idosos. Já as mulheres têm a tendência de tentar mais vezes. 95 por cento das pessoas que cometem suicídio possuem algum transtorno mental, sendo que a depressão é a mais prevalente (16%), enquanto a esquizofrenia (1%), transtornos de personalidade também são fatores de risco.
De acordo com o psiquiatra, algumas das causas podem ser: alcoolismo, transtornos mentais, doenças físicas, desesperança, ficar viúvo ou viúva, separação conjugal, desemprego, pertencer às minorias, preconceitos diversos, abuso sexual na infância. Pode ter também algum fator genético, ambiente em que vive, locais pobres, dentre outros.
“A última coisa que o indivíduo perde antes do ato em si é a esperança; que é também a primeira virtude que o ser humano aprende em sua existência. Algo que rompe com o recebimento de afeto, a sua necessidade fica comprometida. A falta de amor é um grande fator para desencadear a depressão. Quando uma pessoa passa por situações as quais não está preparada, vai acontecendo uma modificação no encéfalo. Ela se acostuma ao meio, e acha que aquela é a realidade.
Mitos e verdades: Prof. Pascoal dá algumas dicas
Ainda existem muitos mitos sobre o suicídio e um deles é pensar que a pessoa que fala em suicídio não vai cometer, e isso não é verdade. A pessoa fala como pedido de ajuda.
O que não fazer
Não ficar falando de exemplos nossos, de religião, não falar de histórias parecidas, comparar com outras pessoas, falar do passado. Se possível ouvir com atenção. Dar espaço para a pessoa falar, ser empático e orientar sobre a necessidade de buscar ajuda profissional.
Prevenção e tratamento
A prevenção ainda é o melhor caminho. Em casos de depressão, buscar ajuda profissional. Mostrar para a pessoa que existe um caminho de transformação, abrir espaço afetuoso para mudar a forma de encarar as situações. Trabalhar as questões do mundo interno para conseguir ressignificar o que passou. Falar é sempre a melhor solução.
Sobre o palestrante
Prof. Dr. Francisco Pascoal, é Médico Psiquiatra, Mestre e Doutor pela PUCRS, e Coordenador das Pós-Graduações em Psiquiatria do IBCMED/Inspirali.
Sobre Setembro Amarelo – Prevenção ao suicídio
Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio, criada no Brasil em 2015. Durante todo o mês de setembro, diversas ações são realizadas para promover o diálogo sobre saúde mental e oferecer apoio a quem precisa. O objetivo principal do Setembro Amarelo é quebrar o tabu em torno do suicídio e incentivar as pessoas a buscarem ajuda. A campanha utiliza a cor amarela como símbolo de luz e esperança, e muitas instituições, escolas e empresas se envolvem, promovendo palestras, rodas de conversa e atividades educativas.